Um novo olhar para a hiperatividade

É sabido que nos últimos anos, as crianças que nascem são estimuladas e de forma intuitiva, muito inteligentes. E, atualmente, devido a esta estimulação a todos os níveis, muitas tem sido diagnosticadas com “perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) e medicadas em função de uma eventual disfunção cerebral por falta de dopamina na região do córtex pré-frontal, que afeta o desenvolvimento das funções executivas do cérebro. Posto isto, estima-se que 90% das crianças diagnosticadas não tenham efetivamente um metabolismo anormal da dopamina que é o que verdadeiramente carateriza esta perturbação. 

Recentemente, a especialista Nicole Brown concluiu que algumas crianças diagnosticadas, sofrem, em primeiro lugar, de outros temas que nenhum estimulante pode tratar, existindo fatores emocionais, que desencadeiam os sintomas verificados.
Estes fatores emocionais são reflexo de um funcionamento neurofisiologico/emocional que dificulta o foco, a atenção voluntária, o domínio de si e a escolha intencional. Estas questões emocionais, baseadas em situações de medo, insegurança e identidade que estão na base dos comportamentos verificados, precisam de ser tidas em conta, pois estão na base de 80% dos índices de distratabilidade.
Estudos realizados em França e Estados Unidos da América, chegaram à conclusão que não há transtorno de défice de atenção, mas sim, transtorno de variabilidade da atenção, por incapacidade de controlo, inibição e adequação comportamental – devido à nossa capacidade natural de modulação sensorial e emocional encontrar-se comprometida, e sermos invadidos por estímulos diversos que nos desadequam e desorganizam.
Os sintomas de hiperatividade, impulsividade e défice de atenção, são, acima de tudo, um estado de alma, que colocou o corpo numa condição de depressão interna, de fuga e alheamento. Voltar ao mundo, estar presente, planear e concretizar pode ser amedrontador, pelo que parece mais fácil continuar a viver de forma aluada e inconsequente.
E fundamental que os profissionais de saúde e da educação, olhem para esta questão como um reflexo de um mecanismo corpo/mente/espírito que se encontra bloqueado. É preciso ir à raiz deste funcionamento psicofisiológico e entender que os padrões comportamentais são a externalização do mal-estar interno que governa as suas vidas e os seus corpos apenas são reflexo disso.
A solução será também humanizar a educação? e humanizá-la inclui uma dimensão espiritual, baseada num equilíbrio corpo, mente e espírito – ser consciente, que implica estar focado. Atividades como Reiki, meditação, entre outras, tem a vantagem de poderem serem praticadas desde idades muito precoces, sendo privilegiadas por contribuírem a uma maior atenção ao corpo, à mente e à vida em todas as suas vertentes – contribuindo efetivamente a um maior equilíbrio das crianças – porque “ser consciente, é ser feliz”!
Helena Sousa
helena sousa a
Referências:
Revista ZEnenergy – nº 82/nov 2015
Reiki & Yoga – nº9/2016