Como cheguei à ARCJ e ao projeto “Aprender a Ser”

Há muito tempo que existe em mim a preocupação de fazer um trabalho diferente com as crianças. Trabalhar com crianças desta idade é mais do que passar conhecimento, é contribuir para a formação da sua personalidade. É ajudar a redescobrir a sua alma viajando até à sua essência para poder “Ser”.

Encaro esta descoberta do “Ser” com a vivencia de valores que considero essenciais para o relacionamento dos seres neste planeta. Foram esses valores juntamente com outros ingredientes que fizeram de mim a pessoa que sou hoje. Aprendi-os com alguém muito sábio, que pela sua forma de estar na vida me mostrou que a família, a união, o ser solidário, honesto, grato, gostar de si, não desistir do que gosta, são “coisas” que não devemos abdicar. Sempre segredei à minha alma, “se conseguir passar estes valores aos meus filhos considero-me bem-sucedida na minha tarefa de mãe.” Porque estes são os princípios que considero fundamentais num ser humano. É a sua riqueza.

Perante este princípio não poderia de forma alguma agir diferente na relação com as crianças que ficaram e ficam à minha responsabilidade.

E foi neste sentido que iniciei um projeto direcionado para o autoconhecimento e a regulação das emoções/sentimentos. Desenvolvi-o em articulação com duas colegas. Ao longo do tempo fui alterando o nome. Começou “Eu e os outros”, “Meditar e Aprender” e por fim “Meditar e Ser”. O “SER” sempre esteve lá, embora intrínseco, no fim visível. Aos olhos físicos.  

Em junho de 2019 pela mão de alguém que considerava amiga (talvez tenha sido só alguém que cruzou o meu caminho para me indicar a direção), cheguei ao CENIF da Amadora para participar no “CURSO PREPARATÓRIO TERAPEUTA DE REIKI PARA CRIANÇAS”, formação introdutória ao primeiro curso formal de “Facilitadores de Reiki para crianças”

Conheci a Sílvia, o João e as pessoas que participaram no curso. Gostei do que senti. Em conversa com a Sílvia fui percebendo o trabalho que a Associação desenvolvia nas escolas, à medida que a ouvia falar pensava: “Uau! Isto é tudo aquilo que defendo e tenho estado a implementar sozinha, mas sem o Super Reikinho”.  A conversa seguiu o seu rumo e a determinada altura a Sílvia refere que em setembro de 2019 seria feito o primeiro curso de Facilitadores de Reiki. “Também quero”

O verão passou voltei à escola e fez-se um click: “Estamos em setembro o curso era este mês, mas a Sílvia ainda não disse nada. Será que ficou sem efeito?” Entrei em contacto, o curso ia acontecer em três dias. E agora, nada programado a cerca de 700km de distância, com familiares a chegar nesse fim de semana.

Dei comigo a pensar: “Eu não posso perder esta oportunidade. Eles são crescidinhos orientam-se e quando voltar está tudo como tem de estar”. E lá fui eu do Algarve a Lisboa onde me juntei com mais três futuros facilitadores, um já conhecia do curso anterior os outros dois conheci naquele momento. Viajamos até Fafe.

Em Fafe conheci a Teresa, a Marta, a Maria das Mandalas como é conhecida, entre outras pessoas maravilhosas que compartilharam comigo a sua essência.

E foi assim que conheci o Projeto “Aprender a Ser”. 

Estes dias passados na quinta do Ser foram mágicos, pela sua paisagem física e emocional. Depois destes momentos voltei para o Algarve e iniciei o Projeto em coadjuvação com 5 turmas do pré-escolar e 2 turmas do primeiro ciclo. É um formato diferente daquele que está a ser implementado pelos facilitadores nas outras escolas.

As turmas são maiores, as idades são heterogéneas. Existem desafios diferentes além dos relativos ao projeto, acrescem os diferentes estados de maturação. As atividades têm de ser ajustadas a fim de responder à diversidade dos grupos.

Sobre o desenvolvimento do projeto no meu agrupamento falarei mais tarde.

Estou muito grata por vos ter conhecido e por fazer parte deste grupo. Encontrei em vós uma família complementar, que tem contribuído para o meu crescimento.