“A ESCOLA DO SER” NAS AEC DE LAGOS – UM TESTEMUNHO

É o meu segundo ano com o projeto “Aprender a Ser”.

 Este ano “A escola do Ser”, foi como nos definiram enquanto atividades das AEC’s.

Agora com um novo sentimento, mais forte porque não estou sozinha, tenho parceiras mais próximas com quem partilhar os meus sentires. Sinto-me reconfortada.

Em outubro lá fui rumo ao desconhecido, mas com o coração aberto à descoberta.

Apresentei-me com o olhar e a emoção de estar ali, perante aquelas crianças que tentavam ler, no meu olhar que tipo de parceira seria.

Perante mim estavam crianças inibidas, que não se valorizavam, que quase não existiam. Que timidamente só se apresentavam com o nome, que lhes tinha sido atribuído no nascimento e mais nenhuma característica. Havia dificuldade em encontrar um atributo que as diferenciasse umas das outras.

A cada novo encontro a nossa relação foi ficando mais solida, o respeito, a confiança foram ingredientes essenciais e com eles a autoestima fortaleceu-se.

O Super Reikinho veio empoderar quem não se reconhecia, trazendo à luz a essência de cada uma, numa consciência das suas potencialidades.

Passados dois meses somos todos diferentes, crescemos juntos. Eu, aprendi a encontrar mais calma e serenidade nos desafios do dia a dia. Eles foram sendo mais colaborantes e desinibidos, encontrando a tranquilidade e o respeito pelos outros numa partilha de sentires. Sinto que de alguma forma toquei os seus corações. São crianças que agora respeitam mais as diferenças das emoções alheias, não criticando os momentos mais frágeis.

Nada me emociona mais do que testemunhar que as frases: nós somos fortes”, “eu gosto de mim”, “eu sou luz”, “nunca desistir” e “eu sou importante” vieram substituir as primeiras frases: “eu não sou nada”, “não sei o que sou”, “não sou bom em nada”, “não sei…”.

Sinto a alma a sorrir por ver a alegria e o empenho com que estas crianças estão nestas aulas.

Sou-lhes grata por esta aprendizagem.

Emilia Santos – facilitadora da ARCJ